Muito se fala sobre o sentimento de sobrecarga e de não conseguir dar conta do recado à medida que mais e mais demandas ocupam o espaço nas já apertadas agendas dos líderes em qualquer organização. A sensação é de incompetência, stress, pressão de todos os lados, dúvidas, anseios e medo e de que tudo isso, mais do que passageiro, é algo que veio para ficar. Tanto tempo investido na busca dessa posição, na entrega de melhores resultados, na adesão aos valores organizacionais, no autodesenvolvimento, nas tantas vezes que abriu de aspectos importantes no plano pessoal, e, no anseio de colher os bônus dos esforços até então empreendidos a realidade que se apresenta é outra. O líder, muitas vezes, se depara colhendo o ônus da posição conquistada.
Agenda repleta de compromissos, uma reunião em cima da outra, apresentação de resultados, muitos e-mails para responder, avaliações de desempenho, viagens, telefonemas, análise de relatórios, um breve espaço de tempo para engolir um sanduiche, e voltam os pensamentos e preocupações com os indicadores de desempenho da equipe, com clientes internos e externos insatisfeitos com os produtos e serviços, com a concorrência impiedosa, com os desafios associados ao cumprimento de rotinas e processos, checklist das operações aguardando leitura e resoluções, tantas e tantas coisas que empurram o líder em direção a um cruel círculo vicioso. Uma inquietante situação, cada vez mais presente no dia a dia, que faz o líder fazer muito, pensar pouco e sentir quase nada! Afinal, falta tempo e é preciso dar conta de cumprir os compromissos da conturbada e, às vezes, incontrolável agenda.
Aí, você pode estar se perguntando: mas essas coisas todas não são importantes? Eu posso tentar lhe ajudar com a resposta: é claro que são importantes. Mas elas não são essenciais, são apenas importantes! Estão a meio caminho entre o que é supérfluo e o que é essencial. A agenda essencial da liderança, para muitos, continua oculta. Estar aberto e permitir emergir o que está oculto são grandes desafios para as lideranças. E essa mudança de lugar, para um lugar onde o líder possa estar aberto e deixar emergir o que é essencial é um movimento que deve, para ter verdadeiro significado, partir do próprio líder, essa é uma mudança que deve ocorrer de dentro para fora.
Apenas assim, aquilo que é essencial para o exercício da liderança passa a ficar mais claro na agenda do líder e ser prioridade. Nada mais natural, pois o que é essencial deve ser tratado como prioridade e considero que tratar como prioridade sugere a inclusão da prática. Levar para o plano prático, de forma coerente e consistente, aquilo que se pensa e fala no exercício da liderança cada vez mais será vital para o líder. A partir disso estão instaladas algumas condições para que o líder exerça plenamente seu papel e contribua para que se estabeleça na organização a prática do círculo virtuoso que tem como pano de fundo e principal alicerce a identidade da organização.
Equipe Muttare